sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Sem tempo pra ser triste

Vira e mexe eu vivo postando sobre as angústias, inseguranças, medos e culpas que todos nós seres humanos teimamos em carregar e sei e aceito que está imersa na personalidade do poeta e escritor, a tristeza, e é o que dá o toque pessoal e sensível nas palavras, porém isto não significa que alguém não possa escrever sobre melancolia mesmo sem estar no fundo do poço. Mas confesso que posso contar nos dedos os textos que eu escrevi no auge e êxtase de felicidade, na verdade é falta de tempo, pois quando estamos envolvidos com a alegria perdemos totalmente a concentração e mergulhamos na euforia, se estamos entediados a facilidade em refletir atinge seu nível máximo.


Lembro de uma viagem que fiz pra Dubai com uma amiga em 2009, os primeiros dias nos dedicamos a tirar fotos pela cidade, em cada esquina, cada prédio, cada detalhe que me fez arquivar 5 CD's lotados de fotos e chegar ao ponto de ficar traumatizado em perder tempo querendo recordações ao invés de vivê-las intensamente, uma semana depois a máquina nem nos acompanhava mais nos passeios e deixamos de fotografar lugares incríveis que eu nem posso mais descrevê-los, o que me conforta é saber que as fotos jamais poderiam também descrever a sensação de curtir um lugar e momentos tão magníficos. Em resumo eu descobri que é muito mais fácil esculpir  a dor que a alegria e não há mal nenhum nisso. O exemplo inverso fica no término de um relacionamento quase 1 ano e meio antes da viagem em que dediquei trinta dias exatos descrevendo todo o meu drama, desenhei cada lágrima no papel, cada sentimento que me sufocava foi desmanchado nas folhas daquela agenda de papel reciclado que comprei quando ainda namorávamos..."ô vida, ô céus"... Em ambos os momentos o que fica é a liberdade de expressar nossos sentimentos da melhor maneira que pudermos. Escreva, cante, fotografe, pinte, ou apenas fique em silêncio, mas nunca deixe de manisfestar-se diante da vida e nem finja, não tem graça ser um personagem que não cabe na sua história, quando o que  temos nas mãos são infinitas possibilidades de ser, viver e se expressar.

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