sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Menino

Naquela época eu era apenas um menino, que corria pelo campo com as mãos sujas de areia, que rolava na grama as gargalhadas, era apenas um menino. Naquele tempo não havia tanto barulho e eu podia escutar o sino da igrejinha todo dia às 18Hs  lá em cima do morro e corria em desespero para pedir a benção a minha mãe, Deus me livre de não chegar a tempo. Eu vivia num mundo cheio de aventuras e desbrava a natureza do meu quintal com a coragem de um historiador, vivi tantos personagens e confesso que tive medos absurdos. Eu tomava banho de chuva e pulava no rio mesmo sem minha mãe deixar e arrumava minhas coisas numa sacola de plástico e jurava que dessa vez eu ia embora pra sempre, mas nunca passei da porta. Eu jurava que aos 13 anos de idade já tinha capacidade suficiente pra cuidar de mim, que eu era dono do meu próprio nariz e que não precisava de ninguém nesse mundinho... Eu estava redondamente enganado, até hoje eu preciso de colo, de atenção, de ajuda e de amor... Depois de todos esses anos, eu olho pra mim e suspeito; ainda sou um menino, aquele menino?

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