segunda-feira, 7 de julho de 2014

Peregrino

Peguei cinco minutos do meu tempo e refleti:
Eu fico pasmo comigo mesmo. Essa minha religião própria  que cultua o pensamento individual como um todo, a vida numa singularidade sem ser egoísta. Uma divisão de um “ser” inteiro em tudo que ele é, acha que é, e pode ser.
Esse é o charme, essa instabilidade interior, essa mutação constante, essa sede de viver e aprender. Essa busca por conhecer a mim mesmo como ninguém jamais compreenderá. Eu nunca me acostumo, Nunca paro, Nunca rejeito um novo desafio.
Quando eu era um menino pequeno e bobo todo mundo pedia pra eu ser forte, parar de chorar tanto, tomar atitude, falar o que pensa, mas  quando eu cresci, muito mal conseguia deter a força interior, muitas vezes agressiva e rude. Sempre na busca de alcançar o que o mundo esperava de mim. Nessa balança desengonçada eu fui me acertando, lapidando os dados que recebia. E agora acabo de descobrir um pouco mais sobre mim. Não desse cara de óculos, básico e diplomático que você acha que conhece porque te disse algumas frases de efeito no momento em que era necessário. Eu tô falando do cara por trás dos óculos, segredos e desejos. Aquele peregrino interior que sabe esconder suas pegadas, seus sentimentos, suas fraquezas, aquele que se protege de si mesmo.  Aquele cara que te surpreendeu a derramar algumas lágrimas, mas que sempre chora sozinho.
Poucos sabem do treinamento de guerra que recebi e me sinto forte por ter ultrapassado todos os obstáculos e chegar aqui capaz de conseguir escrever mais de vinte linhas sobre mim, pois acredite, para maioria das pessoas é mais difícil do que parece.

A vida não nos permite bater de porta-em-porta explicando nossas mazelas e dores. São os nossos olhos que tratam de contar a nossa história, porém existem poucos nesse mundo capazes de fazer uma boa leitura. Então, ao invés de esperar pelo outro, eu resolvi ler a mim mesmo. Há tanta comédia, tanto drama, tanto suspense, e um pouco de pornografia se permite dizer. Nesse jogo experiente a gente só aprende com o tempo mesmo, a cada passo, a cada tombo, a gente vai se levantando, mais dolorido, mais machucado, porém mais forte e resistente. Os obstáculos tornam-se menores diante do gigante que a vida nos tornou. E então a grata surpresa de saber que somos felizes com a vida que temos. Mesmo com todos os erros e desilusões ficamos orgulhosos de nossa caminhada. Eu progredi, passei pra próxima etapa. Fiz o que tinha que ser feito e agora posso me sentir em paz.

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