Eu queria ser forte o bastante para
ultrapassar os obstáculos sem sequer derramar uma única lágrima. Forte o suficiente
para afastar do meu coração aquelas pessoas, lugares e lembranças que me
machucam.
Queria ter forças para perguntar àqueles
que me traíram quais foram as suas recompensas e se valeu mesmo a pena me
deixar cicatrizes tão profundas.
Ser forte para mudar o mundo e para
mudar a mim mesmo.
Forte para não me importar com o que
as pessoas pensam.
Queria para arrancar do meu peito toda
dor, toda a mágoa e todo o ressentimento acumulado.
Queria ser forte para saber perdoar
quando preciso, mas para isso eu sei que é necessário ter mais que forças, é
preciso ter sabedoria e paciência.
Mas também queria ter forças para não
perdoar aqueles que amolecem o meu coração com suas palavras tão doces e tão
falsas.
Queria ser forte para manter o meu
sorriso mesmo quando o choro engasga na garganta e a vontade de sumir do mapa é
tão grande que me sinto o menor homem do mundo.
Queria poder oscilar, vacilar de vez
em quando sem me sentir um “fracote”.
Forte para a dor.
Forte para o amor.
Intocável, inquebrável,
inesquecivelmente forte.
Porque neste mundo de lobos não há
espaço para os fracos, para os sensíveis, para os humanos.
Talvez a maior força esteja dentro do
meu coração que resiste ao complexo de superioridade e que se permite
fracassar, sem o medo de ter que recomeçar.
Pois os fracos reconhecem a força, mas
os que se acham “fortes” são incapazes de admitir suas fraquezas.