sábado, 10 de dezembro de 2011

Sem voltar atrás

Quinta-feira, 31 de janeiro de 2008                [17:51:05] 

Descobrindo o fracasso dos olhos que não puderam enxergar além  
Enterrando lembranças que nunca serão enterradas  
Desfazendo laços 
Desenterrando  raízes que pareciam fortes demais  
Quebrando regras 
Arrependendo-se de promessas não cumpridas,  
Dos sonhos adormecidos e das palavras que em silêncio calaram a voz, mas principalmente da devoção sem mérito e sem honra. 
Corpo e coração fechados 
Olhos que não choram 
Orgulho que se impõe 
Alma que não perdoa
Mente descrente dos momentos vividos 

Mas passa o tempo 
E o tempo passa 
E não para nem por um segundo 
Nem mesmo pra eu poder respirar 
E o tempo mostra  
O tempo humilha  
O tempo amadurece  
O tempo jamais  regressa 
Jamais conserta  

Mãos sem reação  
Face sem expressão 
Caminhos que sentam, se curvam e não acreditam no temporal que inundou e afogou todo o seu destino. 
Não haverá o amanhã, não pra nós, não hoje.
Não haverá mãos dadas  
Nem lágrimas  
Nem orgulho 
Nem desprezo 
Apenas a lembrança de que tudo passou e foi vivido como tinha que ser. 

* Foi muito bom reencontrar esse texto que escrevi, mas não lembro o porquê. A gente avalia os textos que escrevemos no passado e é incrível perceber que algumas coisas permanecem como sempre foram.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Além do nada

Ninguém poderá responder as minhas perguntas e nem saber o que sinto. Em cada pensamento eu me perco e em cada palavra eu tento me achar e pego-me a  questionar se essa busca será em vão.
Será o destino ? Será um dom ou uma missão ? Será vazio ?
Será complexo ou quem sabe até mesmo um carma de outra encarnação ?
Tudo o que minha alma deseja é viver com simplicidade e respeito. Não há como saber nada do amanhã e por isso é preciso compreender o hoje da maneira mais sútil. Não sei o querem de mim, o que querem que eu faça ou seja, eu não sei como as pessoas me enxengam. Talvez, eu me veja melhor. Talvez, eu seja pior. Talvez, o que menos importe seja a opnião alheia. Queria fugir desses pensamentos, mas não sei se devo desistir dessa iluminação porque aqui dentro mim ainda resta um fio de esperança me dizendo que estou prestes a ter algumas respostas. As vezes eu me sinto mergulhado numa loucura sem fim, sentindo-me o único criador dessa correnteza de informações. O que parece é que todo mundo vive sua vida tranquilamente sem questionar tantos "porquês", sem passar noites insones a tentar descobrir a própria verdade. Não me importo mais com as ilusões criadas por esse mundo superficial de consumo e sentimentos descontrolados, quero ver minha paz transcender e quero ir onde meu espírito jamais esteve. Quero uma vida onde o que importe seja o que sei e quero saber muito, o suficiente para não ter uma vida desgraçada com futilidade, ignorância e medo. Enquanto eu procuro meu caminho e não descanço, você continua vendo televisão e comendo batata frita. Não devemos nos atolar com intelectualidade, mas também não devemos nos afundar no vago.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Lua Crescente, 1997.

Ela não me engana.
Sei que por trás daqueles lindos olhos existe mais do que eu posso suportar.
Ela desconversa sempre que pergunto, desvia o olhar e tenta inutilmente me convencer com suas mentiras. Não acredito em uma palavra do que diz e cerro os punhos ao imaginar que posso estar enganado. Por mais que eu tente, não posso fugir de que ela e somente ela conhece meus desejos e minhas ideias, sabe cada rastro do meu corpo e conhece cada vontade que habita em meu coração.

Eu me entreguei, joguei meus sonhos em seu colo e fechei os olhos para a verdade sombria que havia em suas atitudes. Eu não enxerguei o muro que existia em nós e fingi que tudo estava bem, até este momento.

Suas lágrimas não me convenceram dessa vez e seu encanto não foi o suficiente para me entorpecer como sempre. Abandonei aquele momento sinistro que quase saiu pela minha boca. Não me sujeitei a olhar para ela novamente, nunca mais, não como antes. Não daquele jeito carinhoso e sincero, cheio de amor e esperança.
Eu receio que nunca a tenha conhecido de verdade e temo que ela nunca tenha sido como eu a desenhei. Ela se foi, sem nem ao menos me pedir para ficar e isso não estava nos meus planos, nas minhas regras e frases ensaiadas.

Não caiu a ficha até hoje, fecho meus olhos e encontro os dela, me chamando de amor, pegando na minha mão e me beijando de um jeito que eu jamais consegui esquecer.

 


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Lua Cheia, 1992.

Ela debruçou sobre meus ombros e chorou por um longo período, eu quis mantê-la ali protegida comigo, não desejei nem por um segundo conter suas lágrimas, eu nunca fui bom nisso.

Nós não dissemos nada por alguns segundos, apenas nos olhamos profundamente e com os olhos tivemos uma longa conversa cheia de reflexões e conclusões. Eu tive medo, todo o tempo esse medo me assombrava e fazia eu me sentir tão mal quanto podia. 

Eu percebi que ela não me culpava, não me encostava na parede pedindo esclarecimentos, apenas me beijava misturando sua tristeza, sua paixão à sua loucura. Levantou-se num pulo que me assustou e caminhou com passos largos no estreito quarto de um canto ao outro, abaixei minha cabeça e sustentei com as mãos, quando subi meus olhos novamente, ela estava nua na porta do meu quarto, me olhando com aquele jeitinho meigo e quase inocente, seus lábios sussurravam um "Eu te amo" que me contagiava por inteiro, lentamente. 

Eu a puxei para perto de mim e segurei em seus cabelos compridos e finos e as dúvidas se dissiparam. Ela estava no controle de tudo e sabia mais do que eu imaginava. Não tinha o que temer, ela havia superado e eu precisava superar também.

Mesmo que um dia tudo mude e se volte contra nós, eu quero ter a certeza de que todo o nosso tempo existiu e que em algum momento o amor nos dominou de tal maneira que tornou possível vermos além de nossos sentimentos egoístas e enxergarmos um ao outro.


sábado, 12 de novembro de 2011

Ele em nós

Ele se aproxima nas noites insones e pertuba meus sonhos.
Ele dissipa minha dor e afasta meu medo. Atravessa meus rios e acalma meus mares revoltosos. Ele controla minha tempestade e afaga meu coração. Não é possível prevê-lo, nem domesticá-lo. Sua natureza é intransponível e inigualável. Ele vaga em todos os corpos e invade todas as mentes. Ele habita em todas as manhãs, em todas as estações e caminha em cada noite serena. Existem aqueles que o temem e fogem, existem aqueles que o amam enquanto o possuem; falam dele, escutam e crescem com ele como uma semente perdida na terra que encontra na chuva sua única esperança para viver. Ele está nas músicas, nas poesias, em todas as cidades; sejam urbanas e modernas ou chucras e hóstis, ele está no campo, nos templos e nas ruas. Não se rende, não desite nunca. Luta bravamente em meio a tanto rancor e desilusão. Ele é o progresso, ele é o futuro. Juntos somos toda a história da minha vida, pois vivi nele e ele apoderou-se de mim e me consumiu. Enxugou as águas salgadas que derramam em meu rosto e tantas vezes a causou. No inferno e no paraíso esteve ao meu lado construindo seu novo lar.
Tolo, o mais tolo de todos sou eu que me julgo capaz de desenhá-lo em palavras tão singelas diante da magnitude de seu poder. Ele é o Amor. E o Amor e está em todo canto dessa terra, em cada olhar perdido, inocente que não sabe o caminho. Deixe ele te levar, pois não há maneira melhor para se viver e aprender.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Liberdade

Libertar-se é buscar conhecer a si mesmo.
Libertar-se é buscar seu eu no fundo da própria alma.
Liberta-se é dividir-se e multiplicar-se.

Liberdade é exclusividade de pensadores que aceitam o que é preciso e lutam pelo que é necessário e que não perde tempo com crenças e mitos.
Só experimenta essa sensação de êxtase absoluto quem se entrega ao dia a dia e não se importa com a rotina, quem não se estressa por pouca coisa, quem não se deprime por mais de um dia, quem chora sem medo do que vão julgar.
Quem brinca mesmo sendo gente grande ganha, sempre ganha.
Quem se acha alvo da crueldade divina perde, perde tempo.
A vida não é só isso ou só aquilo, tudo é momento, tudo é sentimento e passa, tudo passa.
Liberdade é inspiração, expressão, diversão.
Engana-se quem acha que paredes podem aprisionar, que algemas podem conter, nada e seguramente nada pode encurralar nossas almas sedentas por LIBERDADE.
Solte sua voz, abra seu coração e irradie luz, liberte-se.

sábado, 20 de agosto de 2011

Eu mudo mesmo e daí?!


Eu mudo mesmo e daí?!

Eu não sou mesmo de ontem, porque melhorem muito, mas também fiz merdas que não faria antes.
Eu cresci. Eu avancei. Evolui.
Passei por fases que nem eu acredito ter passado.
Fases que pareciam o fim. Fiquei desesperado.
E fases que pareciam o paraíso. Novos caminhos, novos sonhos, novas pessoas e novos sentimentos.
Por isso estou sempre tentando melhorar.
Eu sou um cara que ninguém prevê. Faço do inacreditável a realização. Renasço e refaço tudo se for preciso.
Eu Conquisto. Vivo em constante mutação.
Eu sou duro com as palavras. Eu sou exagerado.
Dramático?? Às vezes, mas quem não é?
Sou forte, pareço forte, mas tenho minhas fraquezas e carências.
Não posso mudar tudo.
Às vezes eu sei que sou demais. Preocupado demais, Ansioso demais.
Triste ou feliz demais, porque eu vario de humor facilmente.
Eu sou metido, Eu sou legal.
Não sou hipócrita
Não sou Santo
Nem Virgem
Sou libriano...rs
Não tenho medo de admitir minhas falhas, minhas perdas. Não se pode ganhar sempre.
Sei que existe muita coisa que não posso mudar neste mundo e nem em mim, Por isso aprendi a aceitar a vida como ela é. Sem ficar reclamando o tempo todo.
Eu sou maluco. Sou certinho. CDF e Burrinho também.
Mas sei que muito aprendi, e isso é o que vale nessa vida.

Eu corro. Eu me escondo. Eu sofro calado. Eu me critico. Magôo-me demais.
Mas também sei me dar o meu melhor
Sei chorar, sei gritar, sei lutar com o mundo inteiro
Mas também já tremi de medo
Já fui de um jeito, já fui de outro
Já me encontrei e me perdi
Já encontrei pessoas e perdi amores
Mas a vida é assim
Quem disse que seria fácil?
Não é!
Mas vale a pena: Por cada lágrima, por cada sorriso, por cada amor vivido, pela dor, pelo abraço dos amigos, pela vitória e pela derrota, em fim: é muito bom estar aqui, vivendo cada história, cada aventura, cada conto de fadas

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sonho particular

 

Todo vez que fecho meus olhos eu viajo para meu mundo interior. Vejo uma estrada diferente desse que as pessoas a minha volta estão acostumadas a assistir, porque é um universo só meu, dentro de mim e dentro de tudo que sou. A minha busca não é de hoje e nem de ontem, já faz tempo que tento encontrar esse espaço incoerente e instável dentro do meu coração e mente. Nesse mundo como em qualquer outro existe uma mistura de sentimentos tão fortes que em alguns momentos me sinto incapaz de discerni-los ou ao menos classificá-los. Estes meus sentimentos vivem aqui todo o tempo desde que nasci ou quem sabe antes, fazendo borbulhas dentro do meu pensamento. Não quero respostas concretas sobre o que sou ou serei só quero uma chance de entender o que estou sentindo agora.
Aqui dentro o tempo não é mesmo que o de fora, o gosto não é o mesmo e talvez em alguns momentos nem eu seja o mesmo. Sou eu que me dou a força que preciso e travo todas as batalhas contra tudo e contra todos, contra mim mesmo em muitas circunstâncias. É nesse meu mundo que faço minhas analises mais profundas, minhas terapias mais intensas e ora ou outra acabo sentindo um alivio passageiro. Não é paz, nem ódio porque sei que não há equilíbrio dentro de mim, na maioria das vezes é dúvida, incerteza e o ciúme que estão no comando. Não é só amor, nem só a falta de um que me faz sentir assim tão perdido, tão incapaz de fazer algo para mudar. Não é só alegria e nem tristeza que fazem esse carrossel dentro do meu cérebro me fazendo girar a todo instante. Não sei se é um distúrbio, uma loucura ou uma doença, mas vivo tentando encontrar a razão de sentir tantas coisas ao mesmo tempo. Sinto-me sempre recomeçando como se nada de ontem fizesse parte desse meu hoje. Minha personalidade é mutável, exagerada, sedenta por atenção, por carinho, por conclusão. Eu sou essa explosão que seus olhos frágeis não podem ver, sou o incompreendido, incompleto, destemido e sincero em dizer que não sei exatamente o que sou e por isso nado nessa incessante busca para encontrar meu lugar neste infinito de possibilidades que é a vida. Quando nasci abri meus olhos e comecei a sonhar desde então nunca mais acordei.
 Fiz para meu amigo: Rubens Junior

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Constelação

O que somos nós? 
Somos conexão, somos atração e distração. 
Somos dependentes do afeto, da paixão, do amor e da intenção. 
Somos um circulo no infinito dos sentimentos, somos momento. 
Somos o desapego e relento, somos criatura e cachoeira... 
Somos poeira. 

Eu não duvido que em toda nossa complexidade e individualidade tenhamos muito mais em comum do que podemos suspeitar.









Acredito no amor ao próximo e a minha tentativa de agradar nada mais é para manter esse laço com os meus semelhantes sempre forte, porque a união pode fazer tudo acontecer. Quero a oportunidade de mostrar quem sou, com tudo o que tenho dentro de mim, sei também que nessa frustrante tentativa aprendo a cada dia mais sobre esse "poste" que é o ser humano, "poste" sim, concreto, sem graça, extenso, mas cheio de luz.
Cada amigo é uma conquista a ser bem comemorada porque não é fácil aceitar o ser humano e seu pacote completo cheio de qualidades e defeitos, altos e baixos, alegria e tristeza.
Eles são nossos colegas de escola, e na escola da vida podem nos ajudar ou atrapalhar completamente, podem nos oferecer momentos inesquecíveis, mas um dia inevitavelmente eles vão embora deixando para trás muitas saudades, deixando em nós por mais curta que seja sua passagem pelas nossas vidas, uma lição. Hoje não acredito em destino, nem em acaso, somos os pedreiros da nossa vida e podemos escolher quem vai nos ajudar a fazer nossa história. Vamos nos enganar tantas vezes, vamos nos decepcionar, vamos achar que não vale mais a pena e depois vamos mudar de idéia de novo, porque sem as pessoas não somos um "todo". Sem o calor humano estaremos condenados a uma vida sem emoção porque separados somos uma estrela, mas juntos somos uma constelação.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Sobre "Tais verdades" e "Solidão"

Cada gota é minha. As frases são minhas. A dor é minha e ninguém poderá, ainda que com bom coração tente, me alcançar.
A solidão é muito mais que estar sozinho, é muito mais que estar no escuro, é muito mais que não ter há quem recorrer. A solidão é egoísta e intimida, repele, pois no fundo é sua única maneira de sobreviver. Aqui, agora, com estes pensamentos tão confusos e inevitável não senti-la tão perto e em sua forma mais desagradável. Não somos nós que a procuramos, não em todos os casos, mas somos nós que permitimos sua passagem e sua permanência. Eu não decidi ser só e nem acredito em sua morada em mim, porque sei que em minha evolução emocional serei mais que isso, mas na vida tem fases que não dá para pular. Evite passar pela solidão e logo estará rodeado de pessoas e ainda sim estará só, ainda mais só do que antes. Ela aparece em cada vazio do coração, na tristeza, na falta ou sobra de emoção, ela te pega quando esta fraco ou desanimado, mas ela não é de todo mal, e isso é uma grande verdade, tem suas manias mais melancólicas de se aperfeiçoar, porém é necessário, pois acredito que não há maneira melhor de você se encontrar que na solidão de uma terça cinzenta, onde caindo um chuvinha fina você olha pela janela e não encontra nada além da paisagem, é tão frustrante porque no fundo você espera muito mais. Na verdade espera-se que o seu sonho esteja lá olhando pra você também, mas não, ele não está. Eu já me enganei muito quando deixei meus olhos falarem por mim, quando acreditei na beleza e na superficialidade, já quebrei paredes que envolviam a minha mente e submergi de lugares tão profundos quanto a solidão que sinto.
Hoje sei do que preciso. Não quero esquecer nada, quero lembrar de cada instante, de cada aula que recebi nessa vida porque só assim poderei moldar tudo aquilo que não me faz bem. Eu sou um poeta da vida que vive "filosofando" falando as "tais verdades" que me soam bem, ser "gente" é muito mais que isso. É bem mais que seguir o roteiro, é bem mais que ser certinho, é ser verdadeiro com seus próprios erros e aprender que nunca saberá tudo, saber que a gente foge do plano, do simples, da maturidade, mas nunca, nunca mesmo deceparemos as consequências. Meu castelo desmoronou, mais eu tenho mais areia aqui no meu baldinho e ainda posso brincar bastante, nunca vou conseguir fazer igualzinho, tão perfeito como foi, mas posso me surpreender com a beleza de uma nova obra. Agora não tenho mais ninguém pra me ajudar nessa construção, daí a solidão, por isso preciso estar atento aos detalhes. Ai ! Deus eu te peço que minhas lágrimas que  descem secas nessa nostalgia em que me vejo possam encharcar minha terra onde eu possa no final quem sabe construir um laguinho.

By: Aldex C. Duarte Jr

terça-feira, 12 de julho de 2011

Partes Íntimas




A dor não pode sufocá-lo, nem a lágrima pode contê-lo.
Nem o mais duradouro sofrimento poderá suportá-lo. O silêncio é cruel, tanto para os seus devotos quanto para aqueles que apenas o recebem.
Na música tem silêncio, na dança tem silêncio, no toque tem silêncio, nos meus olhos, hoje, tem silêncio.
É no meu silêncio que aprofundo a tristeza de não ter o que falar, pois faltam palavras para completar as frases de sabedoria que eu sempre escutei de mim mesmo.
Fiz reviravoltas e no impulso perdi todos os sentidos. Fechei meus olhos e caminhei no escuro procurando alguma diversão, ilusão. Eu que já estava acostumado com as armadilhas da vida, me vi pego, exposto. Nestes momentos em que a chuva não me molhava onde que sol não me aquecia, onde eu era apenas um corpo solto no mundo sem sentimentos e consciência. Nunca me senti tão fraco diante de meus próprios conceitos, nunca fui tão contraditório. Qualquer um pode se sentir desorientado em algum momento em que o tempo parece não andar e todas as coisas adormecem no ar, mas quando tudo corre bem no caminho que você planejou e ainda assim você joga tudo fora, torna-se imperdoável.
 Não consigo esquecer essas cenas de um passado que ainda me empurra do penhasco do medo. Sinto-me nú com as mãos cobrindo o rosto, escondendo as lágrimas que escorrem quase num gesto silencioso pedindo perdão.  
A vergonha é como uma  parte íntima nossa, criadas para o ar livre, mas que teimamos em escondê-la, inclusive de nós mesmos. Por isso estou aqui, mostrando tudo, tudo o que penso e todas as partes íntimas da minha mente e do meu coração com muita verdade, humildade e medo. Sinto medo porque sei que junto ao arrependimento vem o castigo do qual nunca conseguiremos fugir. Pois somos nós que fazemos questão de pagar a dívida na tentativa de nos sentirmos menos sobrecarregados. Eu admito, não estou pronto, não sei das coisas, talvez eu saiba de algo, mas é bem pouco.
Sei que procurei, encontrei, perdi, chorei, tentei esquecer e comecei tudo outra vez, mas de um jeito diferente. Não dá pra voltar, isso eu sei, mas vou seguir mudando. Quem sabe um dia eu não esbarro com aquele cara que um dia eu fui para dizer-lhe que não somos mais iguais. Daria-lhe com certeza um abraço apertado, cheio de compreensão, pois sei que arde naquela pele uma vontade de fazer o que é certo.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Caindo na toca do coelho branco

Quem nunca suspirou ao pensar em um futuro deslumbrante, mesmo aqueles desesperançosos anseiam por um dia em que estarão completamente realizados.
Eu não fujo a regra, sou mesmo um cara que vive na ponta dos pés, seja dançando, tentando alcançar algo ou simplesmente dando impulsos para voar.
Não é fantasia, é a mais absoluta verdade, se é que isso existe.
Eu provei do mel. Aprendi tanta coisa, vi tantos lugares, tantas circunstâncias, tantas pessoas excepcionais que não suporto mais ficar preso dentro dessa cápsula do tempo. Eu quero mais. Eu quero me lambuzar.
Eu vi o coelho branco, aquele da história da Alice, segui ele em todos os lugares, em todas as pessoas, todo o tempo e sei que ele uma versão minha que eu ainda não conheço.
Caí na toca do coelho e agora me sinto dando cambalhotas no ar, girando e girando sem parar, tem hora que é divertido, tem hora que eu quero parar. Eu quero parar de achar que o país das maravilhas é um bom lugar.
Eu grito pra mim mesmo:
- Acorda! Acorda!
E continuo girando e girando...
Pernas pro ar.
Girando e girando...
Começo a gritar.
Girando e girando...
Um sonho/pesadelo do qual não consigo acordar.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Diário #03



O que a gente faz pra não errar nunca?
Não sei.
Enquanto o acerto parece ser  feito de um único caminho, o erro te abre várias portas.
O erro é como um grande amor ou uma tatuagem da qual nos arrependemos, a gente tenta pelo menos não lembrar.
Estou eu aqui remoendo um deslize que pode parecer mínimo mas que dentro de mim faz uma cachoeira de reflexão. Não sei o que dá em mim de querer ser perfeito. 
O erro parece uma armadilha que já fica ali te esperando e por mais que você tente fugir em algum momento você acaba sendo pego. 
O que me mata é a culpa, em grande parte das vezes em que eu erro sinto que podia ter acertado, feito bem melhor. 
Eu gostaria de trazer aqui alguma solução, mas não vejo. Por isso esse texto acaba ficando sem sentido e me força a ponderar se não foi um erro escrevê-lo.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Diário #02

Há quem diga que é muito confusa, dramática demais.
Uns dizem que é de emocionar.
Há quem diga que é muito amadurecida para sua idade. Mas nem todos querem entrar em cena comigo.
Alguns a intitulam como muito misteriosa.
Pra mim é só vida, não que seja pouco, mas é mais simples do que propõem alguns. Minha vida tão cheia de altos e baixos como qualquer outra.
Ela é feliz na mesma intensidade que pode ser triste se necessário.
Só quero saber aproveita-lá da melhor maneira possível, sem arrependimentos.
Eu quero aproveitar tudo, conhecer tudo, sentir e viver tudo o que eu posso.
Amar, desejar, imaginar, criar, aprender, ser, vencer, subir, investir, suprir e nunca, nunca desistir de viver. Não é que eu não pense negativo  algumas vezes, tem hora que me dá uma tristeza daquelas que dói a alma, mas depois passa, sempre passa e quando lembro disso, de tudo que já passei e como cheguei até aqui, levanto a cabeça, enxugo as lágrimas e avanço.
Sou grato por ser este ser tão cheio e tão vazio, nadando em defeitos e qualidades.
Encontrando em cada porta fechada uma nova possibilidade.



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