terça-feira, 29 de novembro de 2011

Lua Crescente, 1997.

Ela não me engana.
Sei que por trás daqueles lindos olhos existe mais do que eu posso suportar.
Ela desconversa sempre que pergunto, desvia o olhar e tenta inutilmente me convencer com suas mentiras. Não acredito em uma palavra do que diz e cerro os punhos ao imaginar que posso estar enganado. Por mais que eu tente, não posso fugir de que ela e somente ela conhece meus desejos e minhas ideias, sabe cada rastro do meu corpo e conhece cada vontade que habita em meu coração.

Eu me entreguei, joguei meus sonhos em seu colo e fechei os olhos para a verdade sombria que havia em suas atitudes. Eu não enxerguei o muro que existia em nós e fingi que tudo estava bem, até este momento.

Suas lágrimas não me convenceram dessa vez e seu encanto não foi o suficiente para me entorpecer como sempre. Abandonei aquele momento sinistro que quase saiu pela minha boca. Não me sujeitei a olhar para ela novamente, nunca mais, não como antes. Não daquele jeito carinhoso e sincero, cheio de amor e esperança.
Eu receio que nunca a tenha conhecido de verdade e temo que ela nunca tenha sido como eu a desenhei. Ela se foi, sem nem ao menos me pedir para ficar e isso não estava nos meus planos, nas minhas regras e frases ensaiadas.

Não caiu a ficha até hoje, fecho meus olhos e encontro os dela, me chamando de amor, pegando na minha mão e me beijando de um jeito que eu jamais consegui esquecer.

 


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