domingo, 1 de outubro de 2017

Conexão


De baixo de uma árvore tudo me parece sagrado.

Vejo as montanhas como ondas do mar, uma sobrepondo a outra num contraste de verdes tão iguais e tão distintos. Olho as nuvens espalhando-se numa pintura divina. O sol escarlate incendeia meus olhos. Sinto como se todo o ar (amor) do mundo atravessasse o meu pulmão.

As raízes sobem por meus pés, e minha pele absorve toda a luz que pode. Emudeço meus pensamentos por breves segundos. Sinto uma ligeira brisa filtrando meus órgãos vitais.

Como um banho gelado que acorda cada célula do corpo.

Meu coração pulsa como numa harmônica sinfonia, agudos e graves revelando uma música, nota a nota, criando algo totalmente inovador. Liberto de qualquer expectativa, vivendo, presenciando cada momento com a intensidade do brotar de uma vida. Me observo na gota de um orvalho e o brilho dessa gota reascende em mim a essência natural.


Inclinando-me para a luz, cresço, floresço e aceito, ciclo após ciclo permaneço a mergulhar no recomeço sem fim. Um galho surgi do centro do meu peito e com ele folhas e mais folhas cobrem todo o meu corpo. Tão integrado como jamais estive, retorno ao princípio da consciência.
No nível mais elevado de cura e realização por um instante me torno tudo o que verdadeiramente sou, nada.

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